Internacional Coreia do Norte ameaça anular cimeira com Trump

Coreia do Norte ameaça anular cimeira com Trump

Pyongyang não gostou dos exercícios militares conjuntos dos EUA e da Coreia do Sul e ameaçou anular a cimeira entre Kim Jong-un e Donald Trump. Conversações diplomáticas estão suspensas.

A Coreia do Norte suspendeu as conversações ao mais alto nível com os Estados Unidos e ameaça mesmo cancelar a cimeira entre os líderes dos dois países, agendada para o próximo dia 12 de Junho. A informação foi avançada pela agência noticiosa norte-coreana KCNA, que justifica o desagrado dos responsáveis da Coreia do Norte com os recentes exercícios militares conjuntos do país vizinho com os Estados Unidos.  De acordo com essa informação, Pyongyang considera que os exercícios Max Thunder são “uma provocação” e sugerem a intenção de invadir o país. Por isso, avançam, não estão reunidas as condições para manter as conversações diplomáticas entre as Coreias e os EUA.

O regime norte-coreano contesta também a “exigência unilateral” do desarmamento nuclear, horas depois de ter cancelado uma reunião com a vizinha do Sul. De acordo com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, o país rejeita a exigência norte-americana de desmantelar o programa nuclear tal como fez a Líbia, há 15 anos, ou o Iraque: caminhos que, garante, o país nunca seguirá dado que o seu “destino miserável” foi acabarem nas mãos de “grandes poderes”, afirmou, de acordo com as citações referidas pelo New York Times.

Entretanto, o Ministério da Defesa sul-coreano garantiu que os exercícios militares vão continuar apesar da “reacção irada” do Norte, uma vez que se destinam a melhorar as habilidades dos pilotos e “não são exercícios de ataque”.

A decisão coloca também em risco o encontro entre os líderes Kim Jong-un e Donald Trump, em Singapura, no próximo mês. A confirmar-se a posição norte-coreana, isso representa um significativo recuo no processo de aproximação entre os países nos últimos meses.

Os exercícios militares, conforme descreve a BBC, arrancaram na passada sexta-feira e envolvem cerca de 100 aviões, incluindo um número indefinido de bombardeiros B-52 e jatos F-15K. Embora a Coreia do Sul e os EUA garantam que se trata de uma missão com objectivos meramente defensivos e assentes nas condições de um acordo assinado em 1953. Também argumentam que os exercícios servem para preparar os países para ataques externos.

Observador