Sociedade Lixeira de Hulene vai ser fechada

Lixeira de Hulene vai ser fechada

Dois dias depois da tragédia que vitimou 16 pessoas, o Governo deu um ultimato ao Município de Maputo para evacuar as famílias que residem ao redor da Lixeira de Hulene e encerrar este depósito de resíduos sólidos da capital Moçambicana.

“O Conselho de Ministro recomenda ao Conselho Municipal da Cidade de Maputo para agilizar o processo de transferência das populações vizinha soará zonas seguras, bem como o processo de encerramento da Lixeira do Hulene ora em curso”, disse Ana Comoana, porta-voz do órgão.

Mas a ecologista Sheila Rafi, da organização Livaningo, diz que está decisão já vem tarde, pois há muito que se havia alertado dos perigos eminentes naquela lixeira.

“Alertamos que a Lixeira já teve o seu esgotamento e há mais de 15 anos que são promessas de que iria encerrar e iria ser substituída por um sistema de gestão de resíduos sólidos apropriado e sustentável”, afirma Rafi.

Ela acrescenta que “no ano passado fizemos um documentário que mostrava que a Lixeira já estava no seu esgotamento e estava muito próxima das áreas dos residentes e que o risco de um desabamento e o risco para a saúde pública era muito alto”.

Desde 2014 que o funcionamento do novo aterro vem sendo adiado. A edilidade veio garantir que já foram mobilizados fundos para que seja edificado o aterro sanitário de Matlemele, que será partilhado com o Município da Matola, sendo necessários 50 milhões de dólares para o efeito.

O edil de Maputo, David Simango, diz que por agora a prioridade é o reassentamento das 80 famílias que residem ao redor da lixeira. “Queria voltar a repisar que as questões de encerramento não vamos discutir agora, a prioridade é a busca e o salvamento”.

As 80 famílias retiradas dos arredores da lixeira e que se encontram temporariamente nos centros de acolhimento dizem ter pouca informação sobre o seu futuro.

“Ainda não nos indicaram (os novos terrenos) e estão a fazer confusão, a desinformar as pessoas. Na imprensa o Município diz que já nos atribuiu terrenos em tempos anteriores enquanto isso não é verdade. No momento em que aconteceu a tragédia parecia que tudo estava a caminhar num bom caminho, mas desde ontem para cá estamos a ver que há muitas manobras”, disse António Massingue, um dos desalojados.

VOA