A Polícia da República de Moçambique (PRM) já terá abatido pelo menos 10 membros do grupo armado que na última madrugada atacou três postos policiais no norte do país, disse à Lusa o porta-voz daquela força.
Num ponto de situação feito à Lusa ao princípio da noite de hoje, Inácio Dina admitiu que os números “rondam” a dezena e que ainda se ouvem tiros, esporadicamente, em Mocímboa da Praia, palco dos confrontos.
Está em curso uma operação de reforço policial e perseguição aos restantes membros do grupo de encapuçados que a PRM estima ser composto por 30 elementos.
Em conferência de imprensa da polícia, durante a tarde, o porta-voz havia referido estarem na altura contabilizados dois agentes e três membros do grupo mortos e outros dois atacantes detidos.
Os detidos referiram que tinham como alvo a polícia, mas, segundo Inácio Dina, deram explicações “pouco perceptíveis” sobre as motivações e a organização a que pertencem.
“O grande interesse neste momento é tentar perceber quem são os cabecilhas. Pela organização e pela forma como estão a fazer o desdobramento” de elementos no terreno, o grupo poderá estar ligado “a alguma estrutura operativa”, acrescentou.
Uma força policial de Pemba, capital provincial, 350 quilómetros a sul, deslocou-se para Mocímboa da Praia, bem como reforços de outros postos vizinhos, para tentar repor a normalidade, mesmo durante a noite e madrugada.
“A força que foi enviada está estacionada em toda a extensão da vila” a procurar “repelir qualquer foco dos agressores” bem como perseguir outros que tomaram uma aparente rota de fuga.
“Por terem armas de fogo, estamos também a responder com armas de fogo. Os tiros podem ser ouvidos, mas de forma localizada, intermitente. Já não há a troca de tiros que se registou de madrugada e ao longo do dia“, referiu.
Na vila costeira de Mocímboa da Praia, esteve quase tudo fechado.
Fonte ligada ao sector bancário, disse à Lusa que os três balcões existentes na vila (Millennium Bim, BCI e Standard Bank) não abriram, apesar de permanecerem “intactos”.
Alguns residentes na vila explicaram à Lusa, via telefone e por mensagens, que estavam a optar manter-se em casa.
De acordo com Inácio Dina, o grupo atacou, quase em simultâneo, na última madrugada, o posto de Auazi, a 2.ª Companhia da Polícia de Protecção dos Recursos Naturais e Meio Ambiente e o Comando Distrital da PRM de Mocímboa da Praia.
Usaram armas de fogo – tendo sido apreendidas duas metralhadoras automáticas – e catanas.
A vila está a cerca de 100 quilómetros da fronteira com a Tanzânia.
DN