Um total de 44,8 hectares de cana-de-açúcar foram destruídos na Açucareira da Maragra, no distrito da Manhiça, província de Maputo, na sequência de uma greve que decorre há aproximadamente duas semanas.
A informação foi avançada pelo Secretário-geral dos trabalhadores da Indústria do Açúcar Álcool e Afins (SINTIA), Alexandre Muguambe, durante uma conferência de imprensa havida, em Maputo, para anunciar o desenvolvimento das manifestações, cujo fim não se vislumbra ainda para breve.
“Queimaram 44,8 hectares de cana. Eles (os grevistas) dizem que não foram eles. Dizem que queimaram uma parte e que a outra parte foi por causa dos disparos da Polícia“, explicou Muguambe.
Além deste acto, Muguambe acrescenta que os trabalhadores agrediram, gravemente, alguns dos seus colegas, incluindo um agente da Polícia, e vandalizaram a viatura do director da empresa.
“Nós não podemos destruir a empresa. Apelamos aos trabalhadores a não destruir a empresa. Nós entendemos que numa manifestação não se devem destruir os seus bens“, disse.
Embora alguma imprensa tenha avançado que tinham sido feridas quatro pessoas, o Secretário-Geral apenas avançou que apenas tinham sido feridas duas pessoas.
Os grevistas queixam-se da diferença salarial entre os trabalhadores moçambicanos e estrangeiros.
Segundo o Secretário-geral, as actividades encontram-se ainda paralisadas e, por causa da intolerância da direcção, o problema está longe de ser resolvido.
A manifestação dos trabalhadores da Maragra iniciou no dia 29.
A fonte esclareceu que, quando faltavam três dias para a manifestação, a direcção da empresa emitiu um ofício anunciando que os trabalhadores estariam em greve.
“Esta atitude levou outros trabalhadores, que provavelmente podiam não se identificar com a manifestação, a aderirem à mesma. Este foi um facto caricato. Normalmente, não são as empresas que anunciam a greve dos funcionários“, referiu.
Contudo, quando os trabalhadores regressaram às actividades, a empresa informou que descontaria os salários dos grevistas.
Esta informação não agradou os trabalhadores e desencadeou uma nova manifestação que obrigou a Polícia moçambicana a se fazer ao local.
Em relação à queixa dos trabalhadores, relacionada com a diferença salarial entre moçambicanos e estrangeiros, ele disse que a mesma é justa e que a companhia deve pagar todos os funcionários por igual sem reparar para a nacionalidade.
“Recomendamos a empresa a tomar a decisão certa“, disse.
AIM