Sociedade Funcionários da Transmarítima ameaçam paralisar actividades

Funcionários da Transmarítima ameaçam paralisar actividades

Os trabalhadores da Transmarítma estão descontentes com as condições laborais e salariais, e ameaçam paralisar as actividades, caso as suas reivindicações não sejam atendidas.

As inquietações incluem a alegada disparidade salarial entre os membros do Conselho de Administração e o resto dos trabalhadores, num contexto em que a empresa atravessa uma crise, o não pagamento do 13º salário e canalização das contribuições ao Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

Os queixosos exigem a demissão de alguns membros do Conselho de Administração por estarem a sobrecarregar as contas já deficitárias da empresa e por alegada “falta de competência”.

Segundo os trabalhadores que pediram anonimato, por temerem represálias, todos os meses descontam valores dos seus salários para o Fundo Social dos Trabalhadores, mas quando solicitam empréstimos não lhes são concedidos.

Argumentam que as tentativas de diálogo com a direcção da empresa não têm sido sucedidas.

Na última reunião entre o sindicato local e os trabalhadores, em Maio, e cuja acta o “Notícias” teve acesso, os trabalhadores afirmam que o presidente do Conselho de Administração nunca se reuniu com os funcionários, o que dificulta a busca de consensos.

A situação da empresa, segundo a missiva, é agravada pela admissão de mecânicos sem qualificações para fazer a manutenção das embarcações “Nyeleti” e “Bagamoyo”, recebendo mesmo assim salários elevados.

Confrontado com as reivindicações, o PCA da Transmarítma, Jafar Ruby, esclareceu que a amortização da dívida com o INSS é uma das prioridades da empresa e avançou que a questão está a receber o devido tratamento.

A empresa foi afectada pela crise económica que faz parte da conjuntura do país. O 13º será pago, mas isto não é automático, pois depende do nosso desempenho financeiro”, disse.

De acordo com os trabalhadores, o pagamento do 13º vencimento estava previsto para Março, mas o mesmo foi adiado para Junho e depois para Julho.

Todavia, Jafar Ruby referiu que ainda não teve o conhecimento das reivindicações relativas ao fundo social e à disparidade salarial, e explicou que estas podem ser apresentadas pelos trabalhadores, desde que obedeçam os procedimentos para a sua exposição.

Ainda na quarta-feira, o comité sindical local submeteu um pedido para um encontro com os trabalhadores, de modo a informar sobre o estado actual da empresa e, em conjunto, definirem os passos subsequentes.

Jornal Notícias