Cerca de 66 por cento das mulheres moçambicanas residentes na província nortenha de Cabo Delgado desconhece a existência de métodos contraceptivos. Apesar de Moçambique ter verificado avanços na melhoria do planeamento familiar entre 2010-2014, o acesso ainda é limitado.
Em Julho de 2010, com a estratégia de Planeamento Familiar 2010-2014, o Ministério da Saúde- MISAU aprovou também a revitalização do programa do agente Polivalente Elementar, bem como envolvimento das parteiras tradicionais para mobilizar a comunidade com o objectivo de aumentar o uso de métodos de Planeamento Familiar e promoção do parto institucional.
Para o efeito foram lançados na manha desta quarta-feira pela Pathfinder, uma organização não-governamental, os resultados definitivos do estudo sobre acesso comunitário aos contraceptivos injectáveis levado a cabo em coordenação com o Ministério da Saúde, Associação Moçambicana de Obstetras e Ginecologistas e o Bibxy Center – Universidade de Califórnia, dos distritos de Montepuez e Chiúre, Cabo Delgado, no ano passado.
Segundo o representante da Pathfinder Internacional em Moçambique, Rita Badiani, o estudo tem por objectivo avaliar a praticabilidade e a segurança da distribuição dos contraceptivos injectáveis nas comunidades.
“O estudo visava contribuir para a geração de evidencias de novas abordagens para aumentar o acesso, a prevalência de uso de contraceptivos e reduzir a actual necessidade não satisfeita de planeamento familiar nas nas zonas rurais do pais, através de uma avaliação sobre a segurança e a viabilidade de um programa de distribuição comunitária”, explicou.
Falando na ocasião, Ndola Prata representante da Bixby Center. disse que esta pesquisa operacional foi importante pois a maioria das mulheres abrangidas no estudo iniciaram o uso de contraceptivos pela primeira no âmbito do estudo e muito poucas tiveram efeitos secundários ou morbilidades no local da injecção.
” O nível de satisfação com a provisão dos serviços pelos agentes de saúde foi elevado e melhorou ao longo do período do estudo”, frisou.
Por seu turno a representante do MISAU, Olga Sigaúque, disse que a elaboração deste estudo trouxe uma mais-valia para as mulheres moçambicanas, com especial destaque para as das zonas rurais, pois vai garantir a implementação e deste modo, contribuir para a redução de casos de gravidezes indesejadas.
De acordo Sigauque é um estudo importante, na medida em que servirá para visualizar e direccionar o MISAU para a melhoria dos métodos de contracepção para as mulheres moçambicanas, tendo em conta que a pesquisa surge numa altura em que o sector da saúde está a renovar as estratégias de planeamento familiar no seio da comunidade.