Desporto Resultados “magros” revelam pobreza do futebol moçambicano

Resultados “magros” revelam pobreza do futebol moçambicano

É corriqueira a discussão sobre a qualidade do futebol moçambicano, sobretudo no que tange à maior competição nacional, o Moçambola.

A edição 2015 da maior prova futebolística moçambicana arrancou na semana passada com a realização de seis partidas, deixando a primeira jornada com uma partida ainda por realizar entre o Ferroviário de Nampula e o seu homónimo da Beira, devido ao jogo da Taça CAF, dos Locomotivas de Chiveve.

Dos jogos realizados, resultou o rescaldo de 4 golos marcados, numa ronda em que as equipas venceram e ou perderam pela margem mínima (1-0) e registou-se 2 empates sem abertura de contagem.

Este registo deixa muito a desejar, uma vez que futebol é uma modalidade de paixões, segundo o Ministro da Juventude e Desportos, Alberto Nkutumula, mas esta paixão é muito mais emocionante quando numa partida há golos.

De um lado, há quem acredite que estes resultados poderão melhorar com o tempo, uma vez que as equipas ainda estão a recuperar o ritmo, depois da paragem do final da temporada 2014, porém, de outro, há quem se diz habituado a resultados tão pobres que até considera os quatro golos assinalados na primeira jornada do Moçambola 2015 uma riqueza.

Apesar de alguns jogos terem trazido fortes emoções com jogadas de ataque criativas e toques de bola que revelavam alguma mestria dos jogadores em campo, sem contar que se registou 4 vitórias (e consequentemente 4 derrotas) em 6 partidas, alguns amantes não pouparam palavras ao referir que o espectáculo tanto podia, quanto merecia ser mais pomposo.

“Estou decepcionado com as nossas equipas. Dá-me a triste impressão de que, durante as férias, estiveram parados, esquecendo-se da vida desportiva”, disse Rogério Nhambire, adepto de futebol.

Gilberto Ndeve secunda “comparativamente a outros campeonatos africanos, bem como de outras partes do mundo, o nosso sempre foi fraco em termos de golos. Não sei qual seria a razão, se calhar tenhamos equipas tão fortes, defensivamente, que não se permitam sofrer golos”.

mambas

Outro adepto que repudia os fracos resultados registados na primeira jornada do Moçambola 2015 é Lucas Micavo e associa a fraqueza do campeonato nacional aos maus resultados obtidos pela selecção nacional, os Mambas, nas competições em que participam “é necessário que se faça um grande trabalho de reforma ao nosso campeonato. Não só ao Moçambola, como às outras competições que temos aqui. A continuar com esta pobreza, mesmo a nível da selecção, continuaremos a registar fracasso durante muitos e longos anos”, disse Micavo salientado que “é necessário que se invista na formação e, agora, também na gestão dos jogadores, pois estes têm demonstrado um comportamento pouco profissional quando estão nos seus círculos, Têm vícios que em nada abonam a sua pujança física e hábitos nocturnos, nada compatíveis com os atletas.

Para além disso, as equipas que representavam Moçambique nas competições africanas tiveram um descalabro prematuro, sendo que o último a tombar foi o Ferroviário da Beira, que foi, no passado domingo, à Kinshasa perder frente ao AS Vita Club por expressivos 3-0, em jogo a contar para o acesso à fase de grupos da Taça da Confederação Africana de Futebol (Taça CAF), depois da fraca exibição da Liga Desportiva de Maputo na pré-eliminatória da Liga dos Campeões Africanos.

O MMO continuará a acompanhar os resultados do Moçambola e a abrir espaços de debate, visando a melhoria da qualidade do futebol moçambicano.