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Membros da Renamo marcham em repúdio do acórdão do CC sobre as eleições

Os membros e simpatizantes do partido da Resistência Moçambicana (RENAMO), realizaram na manha deste sábado (03), uma marcha política em todo o país para reivindicar o acórdão de proclamação dos resultados eleitorais validado pelo Conselho Constitucional (CC) e insistem ainda na proposta de criação do Governo de Gestão para a concórdia nacional.

Segundo o delegado político da Cidade de Maputo, Arlindo Bila, “estamos conscientes que não existem caminhos fáceis para se alcançar a justiça e estamos hoje a iniciar, em todo o país, a marcha política tendente a resgatar a justiça eleitoral que o próprio CC nos negou”.

A Renamo reiterou mais uma vez, que não aceita e nem reconhece estes resultados. “Reafirmamos ainda que Nyusi não tem legitimidade de formar o governo, pelo que, a Renamo e o presidente Afonso Dlhakama exigem, em nome da concórdia nacional, a formação do Governo de Gestão”, disse Bila.

O delegado entende ainda que o CC poderia ter feito o melhor, “neste país a Frelimo manipula os órgãos de soberania, as instituições do Estado, a Constituição e as demais Leis a seu belo prazer, em nome dos 10 anos de luta”, apontou acrescentando que essas eleições foram as mais fraudulentas que a história já conheceu.

“Uma fraude preparada até aos mínimos detalhes por aqueles que tem uma ganância insaciável pelo poder, ao ponto de usar os métodos mais sujos, ridículos e sanguinários, desde o enchimento de urnas a favor de Nyusi e da Frelimo, inutilização de votos do presidente Dlhakama e Renamo pelos presidentes das mesas de votação, falsificação de editais a favor de Nyusi e do partido Frelimo com a conivência de alguns funcionários do STAE a todos os níveis, disparos pela polícia nas mesas de votação contra delegados de candidaturas de partidos de oposição”, declarou Bila.

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Igualmente, “tudo isso, com o intuito de se perpetuarem no poder na mesma proporção que perpetuam a miséria para o nosso povo, salários miseráveis para os funcionários públicos, atendimento desumano nos hospitais públicos, falta de medicamentos básicos nas farmácias públicas, falta de carteiras nas escolas públicas, falta de empregos para jovens. Aliais, a Frelimo assim como os presidentes Chissano e Guebuza nunca ganharam desde as primeiras eleições”, explicou.

Por outro lado, a Renamo acusa a Frelimo e o seu candidato de violarem os números 1 e 2 do Artigo 2 da Constituição da República (CRM) segundo os quais, a soberania reside no povo moçambicano, sendo por este exercida segundo as formas constitucionalmente fixadas.

Ainda de acordo com Bila, “a Constituição preceitua no artigo 73 que o povo moçambicano exerce o poder político através do sufrágio universal, directo, igual, secreto e periódico pela escolha dos seus representantes”, disse  explicando que o factor de decisão eleitoral não poderá ser outro senão a vontade popular, livremente expressa através do voto efectivamente depositado pelos eleitores nas urnas.