O Porta-voz do líder da Renamo, maior partido da oposição, António Muchanga, foi ontem ouvido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em Maputo, após a sua detenção, na semana passada, acusado de incitação à guerra.
A audição havida na sede da PGR é a segunda depois de ter sido ouvido, na semana passada, pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM), que legalizou a sua detenção, donde foi, de seguida, transferido para a cadeia de máxima segurança do país, vulgo B.O.
Do lado de fora do edifício da PGR, encontravam-se jornalistas de diversos órgãos de comunicação social que aguardavam pela saída do mesmo do porta-voz mas a polícia tendo constatado a presença da classe jornalística naquele local ao invés de usar o habitual carro blindado, António Muchanga saiu numa viatura disfarçada de cor branca como forma de despistar os jornalistas,
Já a advogada de Muchanga, Alice Mabote, não prestou nenhuma declaração a imprensa alegando que não havia convidado a imprensa e no momento oportuno comunicaria.
“Eu não vou falar nada. Eu não chamei ninguém”, disse Mabota, quando a imprensa questionava sobre como tinha decorrido a audição e porquê o seu cliente é ouvido pela PGR e não o Tribunal Supremo (TS), tendo em conta que é membro do Conselho do Estado.
A audição do porta-voz de Afonso Dhlakama, que durou cerca de três horas de tempo, prolongou-se até por volta das 12 horas, quando de súbito ele abandonou as instalações da PGR, retornando ao recinto da prisão.
De referir que António Muchanga foi detido no passado dia 7 de Julho, em Maputo, quando saia da reunião do Conselho de Estado, convocado pelo Presidente da República, Armando Guebuza, para debater a actual situação político-militar do país.