Sociedade Turismo Tensão político-militar gera prejuízos no turismo em Inhambane

Tensão político-militar gera prejuízos no turismo em Inhambane

A tensão político-militar que o País vive está a ter um impacto negativo no turismo em Inhambane. Operadores turísticos nas praias da Barra e do Tofo dizem que o movimento de turistas baixou consideravelmente desde que começou a tensão no centro do País. A Direcção Provincial de Turismo em Inhambane desdramatiza a situação e diz que a província vai receber cerca de 168 mil turistas entre nacionais e estrangeiros.

“Desde que começou a guerra, não temos movimento de clientes, por isso estamos a ter dificuldades em pagar salários aos trabalhadores”, contou Gilda Jambo.

Numa ronda efectuada pelas praias da Barra, Tofo e Tofinho a nossa Reportagem apurou que os restaurantes andam às moscas, as reservas de alojamentos foram canceladas, os proprietários dizem que os turistas, através das redes sociais, perceberam que Moçambique está em guerra.

Restaurantes às moscas

Em várias casas visitadas, os proprietários dizem que não conseguem vender por dia cinco pratos de comida. Gilda Jambo, gerente da Water Work, diz que a diminuição do número de turistas começou a partir dos meses de Outubro e Dezembro.

“Não temos movimento de clientes por isso estamos a ter dificuldades em pagar salários aos trabalhadores”, disse.

“Os produtos correm risco de apodrecer nas nossas mãos porque fizemos muitas compras contando com turistas”, acrescentou Gilda Jambo.

Aida Chicalia, proprietária da Concha Tofo, diz que com a tensão no centro do País, apenas turistas de Maputo, Gaza e Inhambane” visitam Tofo. Entretanto diz não haver dinheiro pois “a maioria vem com sua comida já preparada.”

“Turistas cancelam reservas”

Operadores turísticos dizem que desde último Outubro muitas reservas de casas e quartos para turistas internacionais foram cancelados.

“Tínhamos cerca de oito casas reservadas, com mais de vinte quartos, contou Atanásio Armando, recepcionista na Casa Barry, na praia do Tofo.

“Em Outubro, os turistas cancelaram as reservas alegando que Moçambique está em guerra, tentámos, sem sucesso, explicar que em Inhambane não há guerra”, contou.

Um deserto nas farmácias e internet café

As farmácias e internet cafés também se ressentem do fraco fluxo de turistas. Alfiado Rafael, farmacêutico, disse que o movimento é crítico e “ninguém aparece para comprar medicamento, os únicos que estão a comprar são as empresas de mergulho que tem três a quatro pessoas.”

Hugh Anderson, que presta serviços de internet café no Tofo, disse que “nos últimos quatro meses, não tivemos 60 clientes.”

Noventa trabalhadores despedidos

Segundo uma fonte da Direcção Provincial de Trabalho, entre Outubro e finais de Novembro foram despedidos 90 trabalhadores nas várias estâncias turísticas na província de Inhambane, particularmente nas praias de Tofo e da Barra.

“Não vamos cumprir a meta de receitas este ano”

O delegado provincial da Autoridade Tributária em Inhambane, Solomone Chichava, confirmou que para o ano de 2013 a recolha das receitas dos impostos àquela instituição não irá cumprir com a meta estabelecida devido ao fraco movimento de turistas nesta região.

Sem revelar o número, Chichava disse que “o cancelamento das reservas contribui no cumprimento da recolha das nossas receitas.”

168 mil turistas esperados em Inhambane

Em declarações ao Canalmoz, o chefe do departamento das actividades turísticas na Direcção Provincial de Turismo na província de Inhambane, Alfredo King, disse que espera nesta época do fim de ano cerca de 168 mil turistas estrangeiros e domésticos.

“Mas devido à crise que se vive, este número pode não se concretizar, mas apelamos ao sector privado a manter-nos sempre informado sempre que houver cancelamento das reservas.”