Internacional Africa Bento Kangamba procurado pela interpol

Bento Kangamba procurado pela interpol

Bento Kangamba
General Bento Kangamba

A Polícia brasileira acusou um parente do Presidente angolano por gerir uma rede de tráfico de mulheres do Brasil não só para Angola, que seria o principal destino, mas também para Portugal, África do Sul, e Áustria, segundo o diário brasileiro Estado de São Paulo. Um porta-voz de Kangamba desmentiu as acusações e diz que estas visam “atingir e caluniar outras personalidades”, cita a agência Angola Press.

O general na reserva Bento dos Santos Kangamba, casado com uma sobrinha de José Eduardo Santos, tem ordem de prisão no Brasil e o nome na lista de procurados na Interpol, diz ainda o Estadão.

Kangamba, 48 anos, é presidente do Kabuscorp (de Kangamba Business Corporation) Futebol Clube do Palanca (1ª divisão do campeonato angolano) e patrocinador, em Portugal, do Vitória de Guimarães. Segundo o Estado de São Paulo, estas actividades teriam sido usadas na lavagem de dinheiro do crime organizado.

Em Julho deste ano, a publicação especializada Africa Monitor (editada por Xavier de Figueiredo), referia-se a um esforço do Governo angolano para lidar com outro caso envolvendo Bento Kangamba: a apreensão pelas autoridades alfandegárias francesas de cerca de três milhões de dólares, em dinheiro, encontrados “na posse de Bento Kangamba e outros indivíduos”.

A Polícia brasileira diz que a organização movimentou, desde 2007, 45 milhões de dólares com o tráfico de mulheres.

Após um ano de investigação, diz o Estado de São Paulo, “foram cumpridos 16 mandados judiciais: cinco de prisão e onze de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, São Bernardo, Cotia e Guarulhos”. A Polícia apreendeu 11 carros de luxo, 23 passaportes, nove cópias de passaportes, 14 pedidos de visto para Angola, e drogas.

As vítimas terão sido aliciadas em casas nocturnas de São Paulo, com promessas de 10 mil dólares para se prostituírem durante uma semana. Há fortes indícios de que terão sido privadas da sua liberdade no estrangeiro, diz a polícia brasileira.