Sociedade Educação Moçambicanos na Itália pedem que se preserve a paz no país

Moçambicanos na Itália pedem que se preserve a paz no país

Os que estão a criar terror em Muxúnguè devem ser responsabilizados judicialmente, adverte o primeiro-ministro. Entretanto, os transportadores de várias províncias do país anunciaram a paralisação de actividades devido à tensão em Muxúnguè.
A comunidade moçambicana residente na Itália revelou-se profundamente preocupada com os sinais de retorno à guerra civil no país, emitidos nos últimos dias, e apela ao governo a uma gestão prudente do assunto.

Esta mensagem de apreensão foi transmitida ao primeiro- ministro, Alberto Vaquina, na noite desta terça-feira, no encontro que manteve com os nossos compatriotas, no quadro da visita que efectua àquele país europeu.

A comunidade moçambicana, constituída na sua maioria por académicos e padres católicos, considera haver em Moçambique intolerância política que poderá destruir o país se os principais actores políticos não privilegiarem o diálogo e tolerância em questões de relevância nacional.

Moçambicanos na Itália pedem que se preserve a paz no país

Lagio Afonso, académico e padre católico moçambicano residente naquele país, que leu a mensagem da comunidade moçambicana, lembrou que “o fim da guerra civil, para além de ter libertado o povo moçambicano do drama de massacres e barbaridades cometidas por filhos da mesma terra, permitiu também que o país avançasse para o desenvolvimento”.

“Estamos apreensivos com os últimos acontecimentos políticos e militares que perigam a democracia e a paz”, prosseguiu Afonso, para quem “as campanhas de intolerância partidária registadas concretamente no Chókwè, Manjacaze, Xai-Xai e Gondola, e de forma crítica em Muxúnguè, são inaceitáveis”.

O académico moçambicano alertou, igualmente, que os recursos energéticos podem tornar o país um dos destinos mais procurados dos antigos e novos conquistadores. “Os exemplos que chegam dos outros países do nosso continente ensinam-nos que a violação das regras democráticas, a má gestão dos recursos económicos e o recurso a armas são usados pelos exploradores para justificar as suas intervenções em lugares estratégicos.

A mensagem dos moçambicanos na Itália termina apelando ao sentimento patriótico e respeito pelos valores humanos, para se encontrar uma resolução pacífica para a instabilidade que se vive no país.