A contaminação derivou do enterro de pesticidas e por armazenamento por longos períodos sem o devido acondicionamento, de acordo com uma informação prestada por fonte do Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA).
Por enquanto trabalha-se para determinar os níveis de contaminação, a área parcial e total, bem como os impactos a curto, médio e longo prazos, porém sabe-se que a existência de pesticidas obsoletos constitui uma ameaça à saúde pública e ao ambiente.
Falando das consequências da existência de solos contaminados, a nossa fonte relatou que, por exemplo, na Localidade de Muziva, província da Zambézia, foram detectados pesticidas em estado obsoleto e que estavam enterrados. Sabendo disso, a população daquela zona passou a usar o solo contaminado na pesca. O mecanismo aplicado era o de lançar o solo na água para o peixe morrer e vir a superfície. Depois recolhiam-no para comer ou vender.
“Isto representa um grande perigo para a saúde pública e para o ambiente”, disse a fonte, sublinhando que em algumas zonas da província do Maputo foram igualmente descobertos solos contaminados.
Por outro lado, as antigas instalações da Borror, na Matola, que foram usadas pelo projecto da Agência Dinamarquesa para o Desenvolvimento (DANIDA) como ponto de centralização de pesticidas obsoletos têm solo contaminado e que já estão a merecer o devido tratamento nesta quarta fase do projecto pesticidas obsoletos, que arrancou em Novembro de 2011 e encerra em 2014.
O local onde funcionava a ex-empresa Quimigera – situado atrás da fábrica Cimentos de Moçambique e que se dedicava à produção de fertilizantes – é um local bastante contaminado por produtos sujeitos a controle no contexto das convenções. Temos ainda vários locais onde foi dectetado a existência do asbesto que é também um produto sujeito a controle no âmbito destas convenções de Roterdão sobre Procedimentos de Comércio Internacional de Produtos Químicos; de Basileia sobre o Movimento Transfronteiriço de Resíduos Perigosos e a de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos e Persistentes de que Moçambique é signatário.
Nas ex-instalações da Direcção Provincial de Agricultura há um local onde foram enterrados pesticidas obsoletos. Houve necessidade de se fazer uma avaliação ambiental ao local local para determinar o risco que isso representava.
No regadio de Nguri, em Cabo-Delgado, há um local onde foram enterrados pesticidas e que precisam de tratamento adequado, o mesmo acontecendo em relação à província do Niassa, embora a nossa fonte não tenha precisado o local.
E mais: “Em todos os locais onde actua o Programa de Combate a Malária, armazena produtos químicos, na sua maioria DDT – usado para pulverização intra-domiciliária – que depois resultam na produção de resíduos que devem merecer um tratamento adequado. Isto quer dizer, que todo o território nacional temos locais onde há uma contaminação de solos por pesticidas obsoletos”, disse.