Sociedade Justiça Autonomia do MP não significa independência – adverte Augusto Paulino

Autonomia do MP não significa independência – adverte Augusto Paulino

Receba atualizações de trabalhos do MMO Emprego

Siga o nosso canal do Whatsapp para receber atualizações diárias anúncios de vagas.

Clique aqui para seguir

Falando no seminário provincial de avaliação das acções desenvolvidas por cada magistrado no quadro da visita de trabalho que realiza à província de Inhambane, Augusto Paulino lembrou que enquanto na magistratura judicial vigora o princípio da independência dos juízes, na magistratura do Ministério Público prevalece o princípio de autonomia do magistrado.

Segundo o PGR, a autonomia numa magistratura hierarquizada não deve significar independência.

“Muitos colegas cometem erros por não quererem consultar aos mais experimentados ou aos seus superiores hierárquicos. O papel de um procurador provincial-chefe na perspectiva funcional e de acordo com a lei não é o de se ocupar simplesmente de questões administrativas, é sim de dirigir a actividade processual na Procuradoria Provincial e nas procuradorias distritais onde, inclusive, existe alguém com mesma função, o procurador distrital-chefe, que lhe é subordinado”, afirmou Augusto Paulino.

Autonomia do MP não significa independência - adverte Augusto Paulino

O dirigente do Ministério Público disse que sendo a sua instituição marcadamente dominada pela prossecução penal nela não se circunscreve apenas as áreas cível, família e menores, laboral, comercial bem assim na prestação de serviços que se impõe nos desafios que as modernas apostas do direito não deixam alternativas, mas também a outros direitos e interesses colectivos e difusos, os casos de meio ambiente, recursos naturais, direitos do consumidor, propriedade intelectual ou industrial e patrimonial e cultural.

Para garantir esta actividade, Augusto Paulino destacou a necessidade da valorização da acção colectiva e troca de informação e experiências e do conhecimento sobretudo da integração do magistrado do Ministério Público numa instituição hierarquizada toda, desde distrito até à Procuradoria-Geral da República.

Augusto Paulino centrou, no entanto, a sua dissertação na ética e deontologia profissionais da máquina da administração da justiça, pois, segundo disse, a sua instituição é contra magistrados a tempo parcial e precipitados, que muitas vezes confundem o seu papel, não assumindo, em consequência, a direcção da instrução preparatória, relegando-a a mercê dos inspectores da Polícia da Investigação Criminal, PIC.
“O que se exige ao magistrado do Ministério Público não é tanto. Apenas se exige que seja procurador a tempo inteiro, que cumpra com os seus deveres, que respeite os cidadãos, que seja humilde, responsável, trabalhador e se entregue de corpo e alma à sua profissão”, indicou Paulino.

O Procurador-Geral da República vai se inteirar durante a visita do estágio actual da instrução preparatória dos vários processos-crime através do contacto direito com a PIC e vai escalar a Cadeia Provincial, onde vai medir o pulsar do cumprimento das penas bem como do quotidiano da população reclusória. Amanhã Augusto Paulino visita os distritos da Massinga e Vilankulo para se inteirar do estado da Justiça naqueles distritos da província de Inhambane.