Tudo começou no sábado passado, quando Cacilda foi convidada por um amigo de nome Filipe Fabião para um passeio algures na cidade de Maputo. Ambos saíram da Catembe e atravessaram a baía no princípio da tarde.
Por volta das 15 horas escalaram o mercado Museu, onde ficaram a consumir bebidas alcoólicas até altas horas da noite. Para além deles, havia mais três jovens conhecidos de Filipe Fabião. O “convívio” continuou pela noite dentro até que a dona da barraca onde estavam encerrou-a.
“Já era tarde, mas fomos para um outro estabelecimento, mesmo dentro do mercado. Compravam-me cerveja enquanto eles consumiam Tentação”, contou Cacilda, que afirma que, a seguir, Filipe Fabião e os três comparsas iniciaram uma cena de assédio sexual com actos de violência à mistura, uma vez que ela estava embriagada. “Agarraram-me à força e violaram-me. Isso foi na madrugada de domingo”.
Mas que relação há entre a vítima e Filipe Fabião?
“Ele não é meu namorado. Conheci-o numa barraca na Catembe”. Cacilda Manganhela explicou ainda que consumado o abuso sexual, apareceu um jovem chamado Augusto, também residente na Catembe, que considera herói, e socorreu-lhe. Levou-a para um resguardo nas proximidades do Jardim dos Professores, na avenida Patrice Lumumba, em frente da Escola Secundária Josina Machel, a fim de pô-la a descansar.
Entretanto, entre os violadores há os que ainda não tinham satisfeito os seus apetites sexuais, tendo seguido a jovem até ao local, onde a violaram pela segunda vez. Apesar de estar bêbada e perante a incapacidade do jovem que lhe tinha prestado socorro, Cacilda tentou resistir, mas um dos malfeitores desferiu uma facada contra a sua coxa esquerda como forma de imobilizá-la.
Embora fosse tarde, e porque a “estupidez” já tinha sido novamente consumada, o grito de desespero atraiu a atenção de um guarda do prédio 254, perto do Jardim dos Professores, o qual tratou de chamar a Polícia. Esta, para além de socorrer a vítima, recolheu os quatro violadores para as celas da 2ª esquadrada da Polícia da República de Moçambique, localizada na Avenida Julius Nyerere.
Segundo Manuel, o jovem que a defendeu, a vítima foi internada no Hospital Central de Maputo na mesma madrugada. A Polícia de Investigação Criminal (PIC) abriu um auto com o número 698/2ª esquadra/2012, através do qual foi movido um processo-crime contra os violadores.
A Verdade