Politica Renamo dá ultimato ao Governo

Renamo dá ultimato ao Governo

Renamo dá ultimato ao Governo
A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, deu um ultimato ao Governo até domingo, para a retirada da polícia das imediações da sede do movimento em Nampula, disse hoje o porta-voz desta formação política.

A Força de Intervenção Rápida (FIR) mantém um contingente nas redondezas da sede da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) na província de Nampula, norte do país, desde março passado, quando esta polícia antimotim invadiu as instalações durante um confronto com antigos guerrilheiros do partido.

No confronto, um polícia morreu e 27 membros do principal partido da oposição foram detidos, dos quais a maioria foi libertada, enquanto alguns ainda aguardam julgamento.

Em declarações à Lusa em Maputo, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, disse que o partido comunicou ao Governo da província de Nampula que a polícia tem até domingo para se retirar da sede.

“O partido vai esperar até domingo e depois vai organizar uma manifestação de repúdio contra o cerco à sede. A FIR é para impor a lei e ordem e não para montar cercos a partidos políticos”, disse o porta-voz da Renamo.

A Renamo, assinalou Fernando Mazanga, não espera “nenhum banho de sangue” na manifestação que poderá realizar-se contra a presença da polícia na sua sede, mas faz depender as consequências dessa ação à postura da polícia.

“Acreditávamos que os contactos entre o presidente da Renamo (Afonso Dhlakama) e o chefe de Estado (Armando Guebuza) resolveriam a questão, mas isso não aconteceu e já não é possível controlar a irritação dos membros do partido com a situação”, acrescentou Fernando Mazanga.

O porta-voz da Renamo desmentiu que as mudanças na direcção do partido em Nampula tenham a ver com uma nova postura que esta formação política quer impor na resolução do diferendo com a polícia.

“São mudanças necessárias para lubrificar a máquina partidária. Se (José) Mourinho entendesse que (Cristiano) Ronaldo não joga, não joga”, enfatizou o porta-voz da Renamo, defendendo as competências de Afonso Dhlakama para restruturar a direção do partido.

No âmbito das mudanças anunciadas esta semana, Afonso Dhlakama exonerou Lúcia Afate do cargo de delegada da Renamo em Nampula e nomeou para o posto Júlia Sebastião e exonerou António Nihórua do posto de chefe de mobilização, não tendo ainda indicado o novo titular.