Sociedade Saúde Lixo inquieta munícipes de Monapo

Lixo inquieta munícipes de Monapo

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A população do município de Monapo, na província de Nampula, está preocupada com a precariedade em que se encontram as ruas, os mercados, as escolas e os locais públicos, devido à quantidade de lixo naqueles locais.

Segundo alguns munícipes entrevistados pela nossa reportagem, grande parte dos locais públicos não beneficia de recolha de resíduos sólidos há mais de uma semana. Amina Joaquim, de 36 anos de idade, afirmou que no mercado central de Monapo há uma enorme quantidade de lixo que ainda não foi removido, apesar de se cobrar taxas diárias.

“O município está preocupado com dinheiro e não com o bem-estar do povo, daí que arrancam-nos o dinheiro e não fazem nada em prol do desenvolvimento da vila”, disse Amina que acusa o edil como sendo burlão da população, pois, depois de ser eleito, pouco se reúne com os munícipes, muito menos realiza actividades que garantem o bem de todos.

“Nesta vila, se não há casos de doenças é porque Deus gosta desta população e não nos quer ver mal. O edil e o seu elenco querem ver todo o povo doente ou morto”, acusou para depois afirmar que na vila de Monapo, além dos problemas ligados à higiene, há falta de água potável, vias de acesso em bom estado e tantos outros serviços.

Laura Matias Israel, de 26 anos de idade, afirmou que o mandato de João Luís, presidente do município de Monapo, não trouxe melhorias, ou seja, nenhuma componente do seu manifesto eleitoral foi realizado.

Apesar de passar um grande rio com o mesmo nome de distrito, a população ainda debate-se com problemas de água potável e a população tem vindo a disputar com animais o precioso líquido.

“Se repararmos a componente de lixo podemos-nos considerar os donos porque o município não consegue remover a nível da vila que ainda consideramos pequena”, disse.

Laura Israel disse ainda que na vila de Monapo há lixo por quase todos os locais, principalmente nos mercados.

“Quando vamos aos mercados da vila, os consumidores perdem vontade de comprar algo devido à precariedade do mercado, porque as pessoas afastam o lixo e colocam a sua mercadoria para vender”, disse.

Abudo Mamugi, de 30 anos de idade, afirmou que na vila de Monapo a população vive sem nenhum comando e os que pagam o imposto estão a ser burlados, pois pagam e não têm benefícios. “No mercado onde as pessoas são cobradas todos os dias ainda há muito lixo”, disse.

Entretanto, o presidente do município de Monapo, João Luís, na sua intervenção começou por dizer que considera legítimas as preocupações da população, mas justifica-se dizendo que o município possui somente um único tractor em estado obsoleto que se dedica à recolha de lixo, daí que há muitas dificuldades em responder à demanda.

João Luís disse que nesta fase em que o município encontra-se vai ter que sofrer na componente da recolha de lixo porque segundo ele há outras áreas que o seu elenco achou prioritárias.

O edil de Monapo afirmou que apesar de tudo o seu elenco vai trabalhar no sentido de alocar-se um tractor para substituir o tractor que encontra-se estragado.

Num outro ponto, o nosso entrevistado referiu que, neste momento, o município de Monapo está junto de alguns municípios de Portugal a criar esforços no sentido de serem financiados projectos que visam apoiar o na componente de saúde, Higiene, Água e construção de escolas.