Sociedade Educação Instrutores e examinadores do INATTER acusados de extorsão

Instrutores e examinadores do INATTER acusados de extorsão

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Candidatos a condutores de automóveis matriculados em várias escolas da cidade de Maputo reclamam pela morosidade na tramitação da documentação que lhes permitirá realizar exames teóricos de condução no Instituto Nacional de Transportes Terrestres (INATTER). Esta continua a ser a dor de cabeça para muitos instruendos que, não raras vezes, permanecem meses ou anos à espera que chegue a sua vez para o tão almejado exame que lhes habilite andar a “quatro rodas”.

“O País” testemunhou o caso de duas cidadãs, que não quiseram identificar-se por temer represálias, que estão numa escola algures na cidade de Maputo, desde Fevereiro de 2010 e que até agora o exame continua a ser uma miragem, alegadamente por falta de vontade por parte da escola, na submissão da documentação no INATTER, bem como devido à  alegada onda de cabritismo praticada, supostamente, pelos instrutores, acusados de cobrarem dinheiro para acelerar os processos e/ou dar parecer favorável aos instruendos.
De igual modo, instrutores e examinadores andam mancomunados para extorquirem os instruendos. Há quem diga que é quase impossível realizar exame prático sem dar luvas a estes. Nestas condições, há muitos cidadãos em várias escolas de condução à espera que chegue o seu dia “D”, passem meses ou anos.

Escolas desdramatizam e dizem que a culpa é dos instruendos

Procurámos ouvir a reacção das escolas de condução e estas sacodem o capote e lançam culpa aos candidatos que, várias vezes, não se empenham para o efeito. A falta de empenho caracterizada pelas ausências sistemáticas nas aulas teóricas, entre outras razões são apontadas (…) “não podemos submeter a exames um aluno que não comparece às aulas (…) o INATTER tem um programa que deve ser cumprido por todas as escolas.quando o aluno não comparece, fica complicado, por que há certo número de respostas correctas que o examinador exige, e vejo que muitos destes não reúnem condições para ir ao exame”, desabafa Afonso Mabucuro, instrutor da Escola de Condução Central, que em seguida acusa o órgão de tutela de morosidade na tramitação da documentação.