Destaque Lula chama processo de impeachment de ‘semana da vergonha nacional’

Lula chama processo de impeachment de ‘semana da vergonha nacional’

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva iniciou seu discurso no começo da tarde de quarta-feira (24), no bairro portuário da Ponta da Areia, em Niterói, fazendo uma menção ao início da última fase do processo de impeachment no Senado.

Hoje começa a semana da vergonha nacional. Nela, senadores que deveriam se preocupar com o futuro da nação irão punir de forma covarde uma pessoa contra quem não existe nenhuma prova. Que fique bem claro que, ao fazerem isso, não estão cassando a presidente. Estão, na verdade, cassando os votos das pessoas que a elegeram”, avaliou Lula.

O ex-presidente chegou em frente ao Estaleiro Mauá bem mais tarde que o planeado, os organizadores do acto contrário ao impeachment esperavam que seu discurso fosse feito até as 9h30m. No entanto, o ex-presidente só chegou apareceu no local pouco antes de meio-dia. Durante quase 30 minutos, além de falar sobre a contrariedade à cassação da presidente Dilma Rousseff, também mencionou os nomes de figuras políticas com as quais, segundo ele mesmo, estava decepcionado. Uma delas foi o actual ocupante da cadeira presidencial.

Não tenho nada pessoal contra o Michel Temer. Mas, como advogado constitucionalista que é, ele deveria acreditar que o digno é chegar à Presidência por meio de uma eleição. Não se valendo de um golpe, como está acontecendo agora. Além disso, como essa actual gestão não sabe governar, não me espantaria se, daqui a pouco, começassem a vender partes de património estatal, como parte do Banco do Brasil, parte da Caixa Económica Federal e parte da Petrobras.

O acto foi organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, Confederação Nacional dos Metalúrgicos e Federação Única dos Petroleiros. A expectativa da organização era que pelo menos cinco mil pessoas comparecessem. No entanto, em uma perspectiva optimista, havia no máximo mil pessoas sob o sol intenso do bairro niteroiense. O próprio Lula percebeu o baixo quórum e explicou o que poderia ter motivado a audiência reduzida.

É sempre complicado marcar actos e manifestações em épocas de crise. Quem está empregado tem medo de vir. Já quem se encontra desempregado está procurando emprego e não tem tempo para comparecer.

Na saída, ao ser questionado se seria um dos nomes a concorrer nas eleições presidenciais de 2018, foi económico.

Vamos ver, vamos ver”.

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