Desde Julho deste ano, mulheres tem o direito de fazer aborto seguro e de forma gratuita nos serviços nacionais de saúde.
De acordo com a Lei nº 35/2014 de 31 de Dezembro, aprovada com o objectivo de reduzir o número de mortes, a prática de aborto não constitui crime desde que seja efectuado por profissionais da saúde.
Esta medida, acontece numa altura em que o país regista grande número de óbitos materno devido a abortos clandestinos, cujo as principais protagonistas são adolescente que iniciam a vida sexual precocemente, não tem de educação sexual, não usam contraceptivos e acabam tendo gravidez indesejada. Não sabendo como proceder, recorrem a clandestinidade e colocam em risco suas próprias vidas.
De acordo Fernanda Machungo, médica moçambicana, ginecologista e obstetra, as complicações imediatas mais comuns deste tipo de aborto são: “lacerações do colo do útero, hemorragia, infecção grave (sepsis), perfuração uterina e peritonite (colecção de pus na cavidade abdominal). As complicações a médio e longo prazos incluem dor pélvica crónica, gravidez ectópica (gravidez fora do útero) e infertilidade. São também de destacar as consequências sociais tais como a destruição da família e várias formas de ostracismo a que a mulher muitas vezes é votada”.
A verdade
