A crise dos transportes em Maputo é antiga e se acentua dia após dia, com longas filas de trânsito e de espera em quase todas as paragens da Cidade.
Para dar resposta à procura por transporte, existem semi-coletivos particulares, conhecidos como “chapa 100”, e recentemente voltaram à cena os camiões “My Love”, chamados assim pelo facto de as pessoas terem de viajar sempre coladas e juntinhas umas às outras.
Estas carrinhas de transporte informal levam frequentemente dezenas de pessoas, em iminente risco, e que para não caírem agarram-se umas às outras, dando origem ao nome “my love”, que rapidamente se vulgarizou.
Muitos destes veículos de caixa aberta apresentam-se em más condições de conservação, circulam super lotados principalmente na hora de ponta, não têm horários e muitas vezes não cumprem sequer o itinerário previsto.
Este é o dia-a-dia de muitos moçambicanos que, de madrugada devem abandonar as suas residências para só regressarem no fim do dia, com o corpo cansado de tanto sofrer por causa do “chapa” e a energia que se deve despender pelo trabalho.
Depois das seis horas da manhã o que se assiste é um verdadeiro espectáculo. As filas se desfazem e entra em vigor a “lei do mais forte”, e quem não aguenta só pode aguardar até que a situação melhore e consequentemente arrisca a chegar tarde ao destino.
Este é o diário de muitos cidadãos moçambicanos. É penoso, desgastante. Torna-se cada vez mais difícil a pessoa se juntar à família antes que as crianças se tenham deitado.
De referir que em Fevereiro deste ano o Governo reconheceu a sua incapacidade para resolver o problema de falta de transportes no país e acabar com as carrinhas de caixa aberta “my love” que circulam sobretudo na capital.