Destaque Livros de distribuição Gratuita invandem o mercado informal

Livros de distribuição Gratuita invandem o mercado informal

Pouco mais de quinze dias após o início do ano lectivo, as escolas deparam-se ainda com a problemática da falta de livros de distribuição gratuita.

Trata-se de manuais de ensino primário (1ª a 7ª classe) que têm representado um grande défice nas escolas obrigando os pais e encarregados a recorrerem ao mercado informal.

Um dos maiores focos é a Baixa da cidade de Maputo, local que regista maior fluxo de vendedores informais, a venderem livros a preços que variam dos 100 a 200 meticais a unidade.

Vendedores interpelados pelo MMO revelaram, na condição de anonimato, que recebem os manuais de pessoas ligadas à DINAME e das próprias escolas.

Numa altura em que o Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano e o governo intensificam, através dos meios de comunicação social, a proibição e penalização da venda do material escolar de distribuição gratuita, particularmente os manuais de ensino (livro), os vendedores têm noção de exercem uma actividade clandestina, mas nem isso os detém e, como se não bastasse, gabam-se de tomar as “devidas precauções”.

Os manuais não são vendidos à vista, os informais após avaliarem se o cliente é ou não de confiança, vão buscar o material no “esconderijo”. A venda é feita com todo cuidado, aliado ao secretismo e desconfiança com relação aos clientes que por lá passam.

Entretanto, alguns professores dizem–se indignados com a situação pois é, segundo eles, difícil entender a cadeia pela qual passa o livro desde o MINEDH até chegar às escolas.

Por outro lado, os pais que recorrem à compra do livro nos informais são pais cujos filhos estudam em escolas privados, sendo o livro de distribuição gratuita beneficia apenas a alunos do ensino público.

Anualmente as autoridades moçambicanas travam guerras contra a comercialização clandestina do material escolar de distribuição gratuita, embora sem sucessos.

Para além de ser uma prática punível,  contribui para que os manuais adquiridos pelo governo não sejam suficientes para cobrir todos os alunos previstos.