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Os chefes da missão de observadores militares para a fiscalização da cessação da violência militar em Moçambique já chegou a Maputo, anunciaram ontem os chefes das delegações do Governo e da Renamo, respectivamente José Pacheco e Saimone Macuiana, no final da septuagésima sétima ronda do diálogo político.
Além do chefe da missão, proveniente do Botswana, os observadores militares do Zimbabwé também já chegaram à capital moçambicana.
Segundo escreve o Jornal Noticias na sua edição desta terça-feira (16), são 23 os observadores militares internacionais de nove países que estarão envolvidos na monitoria do processo de implementação prática do acordo de cessação das hostilidades, homologado dia 5 de Setembro corrente pelo Presidente da República, Armando Guebuza, e pelo dirigente da Renamo, Afonso Dhlakama
Trata-se da África do Sul, Botswana, Cabo Verde, Estados Unidos da América, Grã-Bretanha, Itália, Portugal, Quénia e Zimbabwe, cujos peritos militares deverão se juntar a 70 oficiais moçambicanos para se encarregarem do processo de integração dos elementos da Renamo nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e na Polícia da República de Moçambique (PRM), bem como de inserção social e económica daqueles que não reunirem aptidões físicas ou psíquicas para o efeito e assegurar que no final nenhum partido político estará armado em Moçambique, ao abrigo da lei.
Na ocasião, o chefe da delegação governamental afirmou que as equipes estão a chegar e que estão a espera que nos próximos dias cheguem as de Cabo-Verde e de todos outros países.
Acrescentou que os que chegaram já podem trabalhar com as contra partes militares, nomeadamente do governo e da Renamo e que o desafio é acelerar os mecanismos de implementação e de várias outras acções nesse âmbito.
“É no âmbito desse desafio que se ficará a saber, efectivamente, o número dos homens da Renamo e a sua localização, visando a criação das necessárias condições logísticas nos locais onde se encontram e sua posterior movimentação para efeitos de integração e inserção social e económica”, disse.
Segundo José Pacheco, a delegação do Governo solicitou a da Renamo para que colocasse na mesa do diálogo o que, efectivamente, pretende que seja tratado no terceiro ponto da agenda, a fim de que, de forma célere, seja “atacado” o ponto sobre questões económicas. Tudo está a ser feito para que até ao final do ano a agenda, de quatro pontos, seja esgotada.
Por seu turno, Saimone Macuiana, chefe da delegação da Renamo, disse, entre outras coisas, que é propósito do seu partido que a missão dos observadores militares internacionais entre em acção o mais rapidamente possível, tendo em conta que o acordo já foi homologado e publicado em Boletim da República.
“Nestes termos, estão criadas as condições de podermos avançar no sentido de implementação dos entendimentos e também nos interessa que as nossas equipas possam trabalhar em outros aspectos que vão permitir a efectivação de um conjunto de acções que devem ser harmonizadas”, disse.