Destaque IESE  leva recursos naturais a  IV Conferência Internacional

IESE  leva recursos naturais a  IV Conferência Internacional

Decorre, de 27 a 28 de Agosto do corrente ano, a IV Conferência Internacional do Instituto dos Estudos Sociais e económicos (IESE), subordinada ao tema “Estado, Recursos Naturais e Conflitos: Actores e Dinâmicas.

A abertura da conferência foi marcada por uma comunicação académica, proferida pelo pesquisador em Ciências Sociais, Prof. Dr. Elísio Macamo, que falou sobre o Estado Moderno e a democracia, para lamentar o facto de que em Moçambique haja pouca relação entre esses dois conceitos. “A democracia não é resultado de nenhum projecto específico de democratização na Europa, entretanto, eu reconheço a importância da reflexão sobre este assunto. Uma reflexão que é de longa data e que é tão importante quanto foram as instituições por ela criadas. Porém, no nosso país, não temos esse hábito”, disse.

Falando dos recursos naturais, Elísio Macamo defendeu que para garantir que estes não sejam uma maldição para a sociedade moçambicana, é preciso reavaliar a relação programática existente entre o Estado e a sociedade. “É necessário que haja uma política forte, que promova um ambiente de debate de qualidade. O nosso Estado não deve limitar-se na concepção de que vai resolver os problemas do povo. É importante, em primeiro lugar, que o mesmo entenda a necessidade de libertar o indivíduo da sua tutela. Se isto acontecer, teremos uma sociedade interventiva e capaz de produzir vontades políticas que serão úteis para o governo, independentemente do partido que o dirija”, afirmou.

Por seu turno, o Edil de Quelimane, Manuel de Araújo, disse que para que o país cresça é necessário um trabalho de inclusão, e apontou como o principal desafio, a consolidação institucional. “O nosso Estado é ainda bastante vulnerável, por isso é importante que concebamos políticas que institucionalizem todo o desiderato social porque as instituições, por serem novas, não têm ainda uma cultura de trabalho conjunto e do equilíbrio na necessidade de cada instituição em relação à outra, razão pela qual, muitas vezes acabam entrando em choque, competindo entre si e criando situações de conflito que, se mal geridas podem tender para o sentido de ditadura ou guerra”, disse.

A conferência seguiu-se com a apresentação dos subtemas “Estado, recursos e desenvolvimento”, “Economia política do crescimento, acumulação e industrialização” e “Serviços públicos e construção de Estado”, subdivididos em três painéis de discussão.