Sociedade Segurança Jovens das FADM e FIR abandonam fardamento e armas em Muxúnguè

Jovens das FADM e FIR abandonam fardamento e armas em Muxúnguè

O partido Renamo diz ter apanhado escondido nas matas de Marínguè, na província de Sofala, na última terça-feira, 15 armas de fogo do tipo AKM-47 e uniforme militar, supostamente abandonados por jovens das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e da Força de Intervenção Rápida (FIR), apavorados com confrontos.

Segundo uma nota oficial do partido Renamo, enviada à nossa redacção, os jovens das FADM e da FIR estão a abandonar as matas por entenderem “que estão a ser usados”. “Nota-se um pânico e pavor no seio dos jovens das FADM/FIR a ponto de muitos desertarem e regressarem a Maputo, trajados à civil”.

“Prova disso são cerca de 15 AKM-47 e fardamentos respectivos que os seguranças apanharam nas matas abandonadas”, lê-se no documento da Renamo.
Por outro lado, a Renamo ameaça “retomar à sua base na vila de Marínguè a qualquer momento, porque a considera seu museu histórico”.

“O próprio exército só se socorre dos blindados e outros carros de guerra para apenas circular nas estradas com o receio de escalarem as matas ora dominadas pelos seguranças da Renamo que reclamam retomar à sua base na vila de Marínguè a qualquer momento porque a consideram seu museu histórico”, diz a Renamo, em nota do Gabinete de Informação enviada ao Canalmoz no final da manhã desta quarta-feira.

Segundo a mesma fonte, no dia 28 de Outubro de 2013, forças conjuntas das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e Força de intervenção Rápida (FIR) saíram da sua posição de Piro, perto da EN1, que liga a vila da Gorongosa à vila de Caia, numa coluna de 10 viaturas de assalto em direcção a Marínguè, com o fito de atacar e ocupar a base da Renamo ali fixada desde a luta dos 16 anos em Moçambique.

“Na vila de Marínguè, para além dos seguranças da Renamo, está posicionada uma força da Polícia da República de Moçambique (PRM)/FIR desde a assinatura do AGP. As duas forças ao longo do tempo aprenderam a conviver em conjunto, exceptuando-se um e outro episódio de pouca monta, oportunamente sanado”, explica a Renamo, adiantando que “a chegada das novas unidades militares veio alterar o ambiente que ali se vivia, pois estas logo à entrada da vila de Marínguè, a sensivelmente um quilómetro, iniciaram bombardeamentos à base da Renamo, usando, para o efeito, canhão de 75mm, canhão B-10, morteiro 82 e antiaérea”.

A Renamo diz, por outro lado, que “valeu” aos seus seguranças a informação prévia que lhes permitiu afastarem-se do alvo e de perto assistiram ao “espectáculo macabro” das forças governamentais.

Mais adiante refere que terminados os bombardeamentos, as FADM/FIR tentaram entrar na base.

“Aí os seguranças da Renamo responderam com fogo, tendo causado baixas em número considerável de feridos, acto que fez com que recuassem para a vila”, explica.

Para a Renamo, perante a resposta dos seus guardas, o comandante das FADM/FIR viu-se forçada a regressar a Piro para levar feridos e reforçar o material que se esgotara, sobretudo obuses de armas pesadas disparadas indiscriminadamente.

“Na tarde do mesmo dia, as FADM/FIR voltaram à base, com intuito de queimarem as barracas dos seguranças e os perseguir na estrada que vai a Pango, passando pelo rio Npfuza, em direcção à antiga base de Massala”, diz o comunicado da Renamo.

A Renamo diz que continua a fazer apelo a uma resolução pacífica e negociada, pois entende que a via das armas não irá resolver a situação ora prevalecente.

Para a Renamo, “a guerra que lhe é movida pode retrair investimentos, atrasar a vida dos moçambicanos, pelo que condena, veementemente, esta acção do Governo”, conclui, explicando que “é pela Paz, quer uma democracia baseada em eleições livres, justas, transparentes e limpas”.