Economia Agricultura Banana não é hospedeira da mosca da fruta quando colhida verde

Banana não é hospedeira da mosca da fruta quando colhida verde

A banana de Manica consta do rol de frutas, incluindo mangas, cuja comercialização está embargada no mercado da região sul do país e da África do Sul, na sequência da praga da mosca da fruta que flagela a província já vão cerca de sete anos.

Este facto consta do balanço do Plano Económico e Social (PES) referente ao primeiro semestre deste ano, apreciado pela II Sessão do Conselho de Coordenação do Governo Provincial de Manica, realizada há dias na capital provincial, Chimoio.

Porém, a fonte indicou que a praga continua a infestar novas áreas de produção frutícola, apesar dos esforços que têm vindo a ser desenvolvidos visando o seu combate. Assim, segundo soubemos, a mosca já ocorre em todas as farmas de produção de frutas e vegetais hospedeiras em Manica, cuja densidade está a aumentar, tendo atingido o seu pico nos meses de Novembro a Fevereiro/Março devido a abundância da manga, que é o seu principal hospedeiro.

Para tanto, foram adquiridos pela Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, no âmbito do combate a esta calamidade, pelo menos 100 litros de GF 120 e 650 blocos de aniquilação de machos para controlo, para além de mil ferromonas de Metil Eugenol e 125 blocos de pesticidas – vaponas, produtos usados para a monitoria da praga.

Quanto a hospedeiros da mosca, cientificamente denominada batrocera invadens, já está actualizada e distribuída a todos os postos fitossanitários, a lista que apenas exclui o lichi, uma das frutas igualmente abundante em Manica, a qual foi considerada não susceptível a contaminação, facto demonstrado em estudos realizados em 2011.

Durante o primeiro semestre deste ano, segundo a fonte que temos vindo a citar, foram realizadas seis monitorias e controlo da mosca da fruta, através de 141 armadilhas localizadas nos distritos de Sussundenga, Manica, Gondola, Báruè, Guro e Chimoio.

Paralelamente, está em curso a construção do laboratório regional da mosca da fruta, na cidade de Chimoio que tem como finalidade, a realização de trabalhos de investigação inerentes ao maneio da mosca da fruta como, nomeadamente, a multiplicação de inimigos naturais, a avaliação do grau de susceptibilidade de alguns frutos hospedeiros, a identificação das diversas espécies de moscas da fruta a ser capturadas durante as monitorias e a avaliação da dinâmica e efeitos das medidas de maneio.

Quanto a comercialização de produtos hospedeiros, está em curso a exportação de mangas, bananas e paprica para África de Sul e Reino Unido, confirmados como não estando contaminados pela praga. No mercado nacional estão a ser comercializadas a manga, banana, citrinos, paprica e outros vegetais principalmente para a cidade de Tete.

Como consequência da restrição imposta, a banana e outras frutas de Manica estão a apodrecer nas machambas dos produtores que acusam as autoridades responsáveis de pouco estarem a fazer no sentido de restabelecer o mercado destas abrangidas pela medida que, entre outras situações, contribuiu para desincentivar a produção frutícola na região.

Aliás, vozes não faltaram que chegaram a acusar haver chantagem por parte de alguns fruticultores do sul do país e da terra do Rand, visando restringir o mercado das frutas de Manica e dar espaço a produção daquelas regiões.

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